sábado, 17 de agosto de 2013

ir

Primeira parte de uma série de documentários poéticos sobre uma viagem ao Rio de Janeiro.



Há sempre dor em cada partida, há um pouco de esperança e um punhado de medo.

Leia o poema Suspensas.

Afrouxar amarras, desistir de tudo, lançar-se. Estar aqui é estar imune ao passado e ao futuro – verdadeiro exercício de nirvana. Só importa o que é. Rezar é uma boa saída, afinal, nestas alturas se está por um fio de vida.

O que me espera, o que se esconde atrás daquela serra? Magnifica serra do mar, esplêndida; rasgo de deslumbramento ante minhas vistas. Eu poderia cair ali, calmamente, com um paraquedas colorido – cair ali e beber da água que deve jorrar pura. Sorrio ante esta impossibilidade. A minha história não passa por aquelas curvas aveludadas, por aqueles bosques – minha história me leva adiante, à terra prometida, maravilhosa. Quantos sorrisos me aguardam, quantas sortes e azares? Serei jogado na metrópole dos meus sonhos e haverá dias e noites de redescobertas. Viajar é dar-se ao acaso e eu amo o acaso, sou filho dele e seu discípulo. Afrouxar amarras, abraçar o tempo, lançar-me à vida.